Preocupado com a segurança de pedestres e motoristas que circulam diariamente pela BR-158 e suas vias paralelas, o morador Edivaldo Celestino Barbosa, conhecido como Dize, procurou a reportagem para fazer um apelo público às autoridades municipais, estaduais e federais. Ele denuncia o que considera um descaso com o setor Xavantina, uma das principais entradas do município, e cobra ações urgentes para evitar novas tragédias.
Segundo Dize, um levantamento feito por ele próprio aponta uma discrepância alarmante na quantidade de redutores de velocidade entre os setores Nova Brasília e Xavantina. No trecho da BR-158 entre o setor Xavantina e a ponte sobre o Rio das Mortes, existem apenas três quebra-molas e um redutor eletrônico de velocidade. Já no setor Nova Brasília, sentido Água Boa, há 12 quebra-molas na BR e 15 nas paralelas, totalizando quatro vezes mais redutores do que no setor oposto.
“É inaceitável essa diferença. No setor Nova Brasília são 16 redutores só nas paralelas, enquanto no setor Xavantina são apenas 7. É como se a vida das pessoas desse lado da cidade valesse menos”, afirmou Dize.
A denúncia ganha ainda mais peso após dois acidentes recentes e graves no trecho negligenciado. Um morador de Nova Xavantina foi atropelado e morreu em frente a uma churrascaria. Dias depois, uma criança chamada Maria Valentina foi atropelada e teve as duas pernas esmagadas por uma carreta. A menina, socorrida por populares, corre o risco de perder os membros.
“Fui procurado por uma senhora que ajudou no socorro da menina. Ela me pediu ajuda para que eu usasse minhas redes sociais para cobrar providências. São vidas sendo perdidas ou mutiladas. Vamos esperar mais mortes para agir?”, questionou.
Além da falta de redutores, Dize denuncia a retirada de quebra-molas existentes e a ausência de sinalização adequada. Segundo ele, muitos motoristas, inclusive estudantes da Unemat e moradores, trafegam em alta velocidade pelas vias paralelas e principais da rodovia.
“Alunos da Unemat sobem e descem ali parecendo que estão em uma competição. O quebra-molas que havia próximo à feira foi retirado. A sinalização horizontal está apagada. As crianças que estudam na Escola Deus é Amor precisam atravessar a BR diariamente, correndo risco de vida”, afirmou.
A responsabilidade pela infraestrutura e segurança viária na BR-158 é do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). No entanto, Dize acredita que o prefeito João Bang poderia acionar a bancada federal de Mato Grosso para interceder junto ao órgão e buscar soluções efetivas para o trecho urbano da rodovia.
Na Câmara Municipal, o vereador professor Ednaldo Fragas Quatizinho já se mobilizou e está elaborando requerimentos com pedidos de reforço na sinalização e instalação de redutores. Segundo um comerciante, “o vereador que acordar primeiro poderia se somar ao Edinaldo” e fortalecer o pleito a ser encaminhado às autoridades.
Dize conclui com um apelo emocionado: “Eu sei que a BR é federal, mas temos representantes locais que podem interceder. Isso não pode ser ignorado. Amanhã pode ser comigo, com meu filho, com seu neto. Precisamos de medidas concretas já, para salvar vidas”.